domingo, 21 de fevereiro de 2010

CAPÍTULO 6.01 - O TROÇO

(Em um restaurante normal em Maceió, Tom almoçava normalmente enquanto lia as notícias normais em seu jornal. O passado glorioso como Culture Ranger não existia mais e agora nosso herói era um simples assalariado (bem, antes ele também era um assalariado, mas nem tão simples assim...).)

TOM: Eita vidinha mais ou menos...

(O garçon se aproximou da mesa para anotar o pedido.)

LEO: KOEH!... digo: O que vai querer senhor?
TOM: Leo??!
LEO: Olha se não é meu antigo colega de equipe...
TOM: Quer dizer que você está trabalhando como garçon??? De super-herói para garçon... Você sempre se supera, Isauro... Achei que tinha virado call boy lá pelo Rio...
LEO: E você Tom, anda trabalhando em que???
TOM: Errr... Bem, isso não importa! Pare de conversar e vá anotando meu pedido e fazendo seu trabalho!

(Leo então observa o crachá de Tom.)

LEO: Porteiro???? Porteiro e você ainda estava me zuando??? (e começa a rir)
TOM: Isso é um emprego temporário!!!
LEO: Temporário??? Sei, desde a época em que perdemos nossos poderes e o mundo se tornou um lugar normal de novo já faz um bom tempo... porem você não mudou quase nada, quer dizer eu acho que sua barriga cresceu...rs
TOM: OUSADIA!!! Será que você pode anotar logo o meu pedido e trabalhar, ou tá difícil???
LEO: Para de falar comigo assim!! Que eu saiba você não é mais meu chefe!!
TOM: ISAURO!!!
LEO: SOCORRO!!!

(O gerente logo vai ver o que estava acontecendo)

GERENTE: O que se passa por aqui???
LEO: Ele passou a mão na minha bunda!!! (olhando com cara cínica para Tom)
Tom: O QUÊ??!!!! (lança o olhar "você-está-morto-desgraçado-@%##@&¨%@$*#%¨$@#%")
GERENTE: Senhor, lamento informar que não se pode molestar nossas garçonetes e nem... Err... Nossos garçons, vou pedir que se retire.
Tom: Esse moleque está mentindo!!! ELE NEM TEM BUNDA, PRA COMEÇAR!!!E eu sempre como aqui!!!

(Nesse momento,um meteoro do tamanho do restaurante se aproxima em alta velocidade, causando uma grande explosão,que,milagrosamente,não mata ninguém.)

LEO: -cof cof- O que aconteceu? -caido no chão-
TOM: Eu é que pergunto!!! (ai, minha cabeça...) -levantando-se- Ei, o que é isso?

(Tom está segurando um pedaço de metal que o atingiu)

LEO: Sei lá... Parece aquelas coisas eletrônicas...
ALEJANDRO FROTA: Tire suas mãos imundas do troço mágico!
TOM: Troço mágico??? Espera, você não é o Alexandre Brocha???
ALEJANDRO: É Alejandro FROTA!!!
TOM: Ou isso, que seja...
LEO: Veja, Tom, é um dos nossos antigos “amigos”...
ALEJANDRO: Devolva o troço mágico, rapaz, ou sofrerá as consequências!
LEO: Que troço mágico ô Zé ruela?
ALEJANDRO: Esse que é firme, forte, rígido e relativamente grande que esta em suas mão que só pode ser meu, pois parece muito comigo, quando tomo meus medicamentos, ME PASSA LOGO!! (Grita quase em gozo)
LEO: Afff!! Por que você não se contenta em ser um simples ator pornô?? Ainda quer ser vilão??
ALEJANDRO: Me contentar?? O esperado de um simples garçom... Eu tenho sonhos maiores, garoto!
TOM: Seja o que for isso, para você estar atrás desse jeito, não deve ser boa coisa... Eu não lhe entregarei!
ALEJANDRO: Então sofra as consequências! (grita e corre na direção de Tom pronto para acerta-lhe um soco)
LEO: Cuidado, TOM!!!

(Ao falar essas palavras, uma luz forte brilha na frente de Leo, surgindo um aparelho azul parecido com um celular)

LEO: O que é isso???

(Alejandro dá um soco em Tom derrubando-o no chão. Logo Tom levanta furioso)

TOM: Fio duma mãe e dum pai, você não deveria ter feito isso...

(O objeto metálico que Tom carrega emite uma forte luz e desaparece)

ALEJANDRO: Onde está o troço???
TOM: Está em minha alma!
ALEJANDRO: O quê???
LEO: O quê???
GERENTE: O quê???
TODO O RESTAURANTE: O QUÊ???
TOM: Eita povo original... ¬¬ - Prepare-se para o seu fim, Alexandre BROCHA!!
ALEJANDRO: É Alejandro FROTA!!!
TOM: Que seja!
FEUER!!!

(Dos punhos de Tom saem chamas, que tomam a forma de um lobo de fogo, incendiando o vilão)

ALEJANDRO: Eu... EU VOLTAREI!!! AI AI AI... Eu Voltareiiii...

(O vilão corre em chamas pela rua, saindo do campo de visão dos heróis)

LEO: Esse cara é mais chato que a caixa de spam do orkut...

(Tom parece acordar de um transe)

TOM: Mas o que aconteceu?
LEO: É Tom, parece que agora você tem poderes, e eu só ganhei um celular... (mostra o aparelho para Tom)
TOM: Mas isso parece ser um morfador!!!
LEO: Ou pode ser um celular...
TOM: Como um celular iria aparecer do nada???
LEO: Sorteio, dãar!
TOM: Desisto... Hoje o dia não tá pra mim... ai, minha cabeça...
LEO: OU Será q não...
TOM: Pronto, baixou o Catxano nele...

(De repente, o aparelho começa a brilhar e vai para as mãos de Tom)

TOM: UAU, QUE IRADO, VÉI!!!
LEO: NÃO!!! Agora, nem um celular eu tenho! Injustiça!!!

(O aparelho emite um brilho mais forte, e o restaurante é reconstruído, como se nada houvesse acontecido)

GERENTE: Poderiam explicar o que está acontecendo aqui?
TOM: Bem...

(A forte luz continua a brilhar, formando uma esfera iluminada que cobre todos no restaurante, logo desaparecendo)

GERENTE: O que aconteceu aqui?? Eu não me lembro de nada...
LEO: Você está com aminésia?? Bem, o Tom salvou todos nós com seus novos poder... hmmmmmmhuhmmmmmpf... (TOM tampa a boca de Leo)
TOM: Hehehe! Sabe que nós também não?? Vamos sair daqui, Leo, temos que conversar...
LEO: Espera ele fez um pergunta... tenho que responder... EI!!!

(Tom segue puxando Leo e os dois saem do restaurante)

GERENTE: Espera, você ainda está em horário de trabalho!

(Já longe...)

TOM: Precisamos descobrir o que foi isso o que aconteceu aqui...
LEO: Não é simples?? Um novo vilão apareceu e vamos voltar à ativa!! Rápido Tom, para o QG!!
TOM: Não é tão simples... Até porque agora aconteceram coisas estranhas até para nós... Mas acho que no QG encontraremos respostas! Para o QG!!!
LEO: Foi exatamente o que eu disse...
TOM: Pára de reclamar e me siga, Isauro!
LEO: ISAURO???

(Os dois chegam no local onde era o QG, mas não o encontram.)

TOM: Oxente, cadê?
LEO: Era para ser aqui, mas tem um clube no local...
TOM: vamos perguntar pra algum transeunte.
LEO: O que peste é isso?
TOM: Ai, Isauro ignorante...
LEO: EU NÃO SOU...
TOM: FICA QUIETO E ME SEGUE! (Pergunta para um dos pedestres) Com licença, senhor, mas aqui não era uma mansão misteriosa?
PEDESTRE: Era, mas já faz tempo que virou esse clube aí... Tem uns meses...
TOM: Obrigado...
LEO: É, parece que sem os vilões até o Diretor foi à falência...
TOM: Ótimo, agora não temos nem como saber o que é isso...
LEO: O que faremos, então??
TOM: Se esse aparelho chegou até nós dois, talvez tenha chegado algum outro para os Culture Rangers antigos... Vamos procurá-los!
LEO: Tem idéia de onde eles estejam?
TOM: Eu tenho os telefones do Cotó, do TH, da Nanda e do Rodrigo... Quer dizer, da Nanda, não mais, que ela se mudou pra Aracaju...
LEO: Tem um orelhão alí, vamos ligar para eles...

(...)

TOM: Então, aonde ele está? Pajuçara? OK, obrigado, e desculpe...
LEO: E então?
TOM: Bem, depois da mãe do Fabinho me dar a maior bronca por ligar a cobrar...
LEO: Eu te avisei...
TOM: Você não tinha nenhum cartão, seu pobre esmolé!
LEO: Nem você... tudo eu!
TOM: OK, OK, sem discussões, agora... Ela disse que o Cotó tá na Pajuçara.
LEO: Na praia??
TOM: Não, o parque de diversões... ÓBVIO QUE É A PRAIA!!!
LEO: Ok, vamos para lá então!!


(Pajuçara)

TOM: Agora temos que encontrá-lo...
FABINHO: Tom! Leo! Aqui!

(Aparecem Fabinho e TH)

LEO: Ih, alah o TH, também??
TH: Hehe... Estava de folga na empresa e vim descansar em Maceió.
LEO: Empresa??? Folga??? Ele se deu bem!!
FABINHO: Acabei encontrando o TH, e agora vocês dois.
TH: Que coincidência!
TOM: Não é coincidência...
FABINHO: Já sei o que houve...
TOM: Sabe???
FABINHO: Claro! Já se esqueceu que eu sou um bruxo?
TH: Estou boiando...
LEO: Bem...

(Leo e Tom contaram para TH sobre o ocorrido)

TH: Parece que o mundo está correndo perigo novamente... E agora temos que achar o Diretor para contar a ele...
TOM: Sim, mas não temos nenhuma pista de onde ele esteja...
FABINHO: Eu também não consigo sentir a presença dele em lugar algum... AI!
LEO: O que foi, cara??
FABINHO: Senti uma presença muito forte aqui... Como a presença que senti quando o Tom encontrou aquele troço...
TOM: Eu é que fui encontrado por ele...
TH: Será um outro troço???

(Eles vêem um surfista comemorando na beira da praia)

BELIBE DYLONGUE: Pela musa do chapão!!! Mim achou!!! A minha musa vai ficar muito contente, véi!!!
LEO: É o Belibe Dylongue!! E ele está com um TROÇO!
FABINHO: Isso não é bom sinal...
TOM: Belibe Dylongue! Solte isso, JÁ!!! Ou a gente te prende de novo, que nem na primeira temporada!
BELIBE: Olha se não são os Culture Brôus!! Tão procurando isso, véi?? (Mostrando o troço) Eu achei no fundo do mar!! E ele é meu!! Hahahahaha!!
TH: Não vamos permitir!!
BELIBE: E o que vocês vão fazer??
JEFF: Ventania!!!

(Nesse momento Belibe é arremessado por uma forte ventania, deixando o troço cair no chão)

TOM: É o Jeff!!!
LEO: Que MARA!! (Ladyr Feelings, ay, ay... S2)
JEFF: E aí, amigos?

(TH rapidamente pega o objeto, de cor verde, que brilha em suas mãos e desaparece)

BELIBE: O que você fez??
TH: Belibe Dylongue... Vai cantar mal assim com Netuno!!! Fúria de Netuno!!!
BELIBE: Nãaaaaoo!!!

(Uma onda puxa Belibe para um enorme rodamoinho que se formou no meio do mar)

LEO: O TH...
FABINHO: O TH conseguiu os poderes do troço!!
TOM: Massa! E parece que o Jeff também tem poderes agora!

(De repente, uma luz brilha na frente de TH, materializando um aparelho verde semelhante ao de Tom)

JEFF: Mais dois morfadores!!
TOM: Jeff, menino, como conseguiu os poderes?
JEFF: Bem, eu estava filmando o meu programa sobre esportes radicais na televisão e acabei encontrando um troço nas montanhas...
LEO: Programa??? Ele também se deu bem!!
TH: O JEFF fazendo programa de esportes?
JEFF: E também consegui isso!!! (Mostra um aparelho roxo)
TOM: Morfador?

(Todos da praia olhavam para os amigos desesperados)

LEO: Também teremos que apagar as memórias dele...
JEFF: Deixa comigo!

(Ele aperta um botão e a bolha iluminada surge cobrindo toda a praia. Logo, todos pareciam ter se esquecido do ocorrido)

TOM: Vixe, pelo visto, você andou pesquisando, hein?
JEFF: Sim hehe, e descobri muitas coisas legais que depois eu mostro.
FABINHO: Gente to sentindo uma energia conhecida... não sei bem o que é... porem é conhecida.
JEFF: Será que não é outro troço?
TH: Até agora, eu não gostei muito desse nome: TROÇO.
FABINHO: Não é uma energia diferente...
TOM: Sim, mas de qualquer jeito, não podemos ficar parados! Temos que encontrar o Diretor! O mundo precisa dos Culture Rangers, novamente!!!
TODOS: SIM!!!

(E assim os amigos saem em busca de respostas, rumo ao desconhecido...)

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Resenha Crítica

PLAY - "A Onda" (Die Welle), de Dennis Gansel (filme, 2008)
Eu acabei de assistir a este filme, e ainda estou REALMENTE impressionado pela sua força. Baseado num telefilme inglês (que, por sua vez, foi baseado em um romance que partiu de fatos reais ocorridos nos EUA), conta a história de um professor que se utiliza de um método de ensino bastante arriscado para ensinar seus alunos sobre o autoritarismo e vê seu experimento sair totalmente do seu controle e ganhar vida própria, a ponto de por uma cidade em polvorosa. Atuações seguras, direção forte e roteiro sem rodeios. Grande destaque para a trilha sonora, regada a "Rock'n'Roll High school". Obrigatório para ser exibido em escolas e debatido até a exastão. Recomendo mais que entusiasticamente!
PAUSE - "O Diabo Veste Prada", de David Frankel (filme, 2006)
A razão de ser deste filme - além, lógico, de ser uma adaptação de um livro de mesmo título que virou best seller mundial - é uma única: MERYL STREEP. Aqui, ela prova, com sua Miranda, que é uma das melhores atrizes de Hollywood (indicação merecida ao Oscar). O resto... bem... o roteiro é aquela baba de sempre, que todo mundo sabe: menina-do-interior-vai-pra-cidade-grande-consegue-emprego-e-abandona-todos-ao-seu-redor-mas-consegue-encontrar-a-sua-redenção-no-final (me processem por contar o final do filme...); a trilha sonora é totalmente previsível e mais gay, impossível (não que seja má coisa, mas eu esperava ser surpreendido com alguma originalidade). Anne Hathaway e Emily Blunt mostram algum serviço no filme, mas é inegável que o povo não foi aos cinemas pra ver nenhuma das duas... No final das contas, o saldo é positivo pra uma sessão da tarde com as amigas pintando as unhas e comendo chocolate.
EJECT - "American Pie" (cinessérie, 1999, 2001, 2003, 2005, 2006, 2007)
Quando eu vi o anúncio na televisão de uma SEXTA parte deste filme, eu não acreditei e tive que ver pra crer. uma pessoa muito sábia me dizia que "em bosta, a gente não mexe, porque corre o risco de deixar fedendo mais". Dito e feito: em vinte minutos, desliguei a televisão. A qualidade continuou intacta - ou seja, rasteira. Mas, para ser justo, o primeiro tinha seu trunfo no frescor do elenco - que não se repetiu nos subseqüentes. E o que já era ruim só desceu ladeira abaixo com o passar do tempo... Oh, céus...

Tom

domingo, 6 de setembro de 2009

Resenha Crítica - JET'S ALRIGHT

Fonte: acervo do grupo

Álbum: Jet's Alright
Artista: Jet's Alright

Gravadora: independente
Data de lançamento: 06/09/2009
Download do álbum: http://www.mediafire.com/?dktqyzahyjz




Fonte: acervo do grupo

Jet's Alright


Após o fim da Kryptonia e uma prolífica carreira-solo (que ainda está na ativa, pessoal, chequem seu website!), o sócio do diretor Thiago Giacomelli resolveu adentrar com um novo projeto musical: uma banda de blues rock curiosamente chamada JET'S ALRIGHT. E é para falar dessa nova empreitada que o Diretor resolveu reabrir este digníssimo QG! Como aparentemente eu sou o único ainda disposto a encarar o batente, cá estou eu para ouvir mais este álbum e dar a vocês minha singela e inútil opinião, huhuhuh.

Pois bem... o Jet's Alright é um grupo formado por Thiago Giacomelli (guitarra, violão e voz), Marcelo Seixas (teclados), Abel Porto (baixo) e Thiago Gardin (bateria). Mas o fato de quase todas as canções terem sido escritas pelo vocalista (e a única não escrita por ele ser um cover dos Beatles) - sem contar com o fato de os outros integrantes da banda serem justamente a banda que acompanha Giacomelli em sua carreira-solo, fica claro que este poderia ser o mais novo álbum-solo de Giaco - não que isso seja mau sinal. Basta lembrar que a futura defunta Simply Red é basicamente apenas Mick Hucknall e faz um som espetacular do mesmo jeito.

O som é blues/rock com uma pesada pegada oitentista e alguns toques do iê-iê-iê dos anos 60. Ideal para aqueles momentos em que você está sozinho no bar pensando naquele alguém especial que lhe deu o maior PNB. E fica fácil entender o porque deste projeto. Thiago Giacomelli canta bem mais que blues (embora este seja o maior forte dele, mesmo), e provavelmente não iria querer ficar preso apenas nesse gênero - a razão pela qual Mick Hucknall está acabando com Simply Red. Mas, como diz o release, a banda é "um projeto de blues/rock montado há 6 meses com o intuito de trazer ao público, além das músicas comuns que agitam toda a galera, um repertório diferenciado". Pois muito bem.

Fonte: acervo do grupo

Jet's Alright

O álbum começa bem forte, com "I'll Be The One", dando o tom que levará o álbum todo. A voz de Giacomelli com certeza levará as "giaconetes" ao delírio, pois está bem melhor (segura e com interpretação firme e vigorosa) aqui que em seus álbuns anteriores. A banda mostra estar em boa sintonia e até possuem vez e voz como conjunto - este que vos escreve teve acesso a alguns demos, e muitas das canções ganharam uma roupagem diferente com toda a instrumentação. De longe, as melhores canções são "Until We Solve This Fight", "Like A Flower" (que eu, honestamente, prefiro o demo, mas que continuou uma linda balada), "Somewhere Else" e "Keep On Going On" - esta última tem uma das melhores letras que já saíram da pena de Giacomelli.

Talvez o maior erro do álbum seja sua enorme quantidade de faixas (dezesseis), o que o torna meio cansativo, depois de um tempo. Fora que a metade final perde o pique (levemente recuperado por "Lay Down With Me", mas o cansaço do resto das canções já é inevitável). Algumas canções poderiam ser cortadas sem grandes prejuízos e usadas como B-sides de singles (a faixa que segue "Lay Down With Me", por exemplo, segue quase a mesma batida e estrutura, a ponto de mal se saber que são músicas diferentes). Algumas, como "Few Steps", "Wonderland" e "Make You Stay" passam simplesmente batido pelo ouvido - eu tive que ver na lista os nomes de algumas destas canções, por exemplo, pois nem lembrei mais delas depois.

A canção que fecha o cd, o cover de "Come Together", peca por não trazer nada de novo (nem pra canção, nem para a banda, nem para Giacomelli - é o mesmo arranjo que ele usa em seus shows solo, sem tirar nem por), nem trazer um fechamento real ao álbum.

Fonte: acervo do grupo

Jet's Alright

Uma grata surpresa foi "Lay Down With Me" - a letra é sexualmente agressiva e NADA gentil (é aquela cantada de pedreiro, mesmo), e a melodia original acompanhava o espírito. Em sua versão oficial, ganhou ares de "Rock Das Aranhas" e virou algo irônico e quase cômico (embora eu ainda fique ruborizado ao escutar expressões como "eat you all" - por favor, eu não sou puritano, não! Sou apenas um moço gentil!...) - sacada de gênio.

Ao final da experiência, é impossível não notar a paixão dos envolvidos passando por todos os acordes do projeto, além do cuidado e esmero com que o álbum foi feito. E até mesmo o fim abrupto do álbum deixa aquela sensação de "acabou?", o que não é de todo ruim.

Desta vez, não direi que este é mais um álbum imperdível para as "giaconetes" (OK, eu já disse...) - este é um ótimo álbum para figurar em uma discoteca legal, tanto pelo diferencial na cena brasileira corrente, quanto pelo registro do potencial brasileiro de fazer blues/rock de qualidade na língua dos gringos!



F-E+-D+-C+B-+A


Tom

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Resenha Crítica

Este ano, já que estou só, resolvi testar um novo formato de resenhas... mais sintético e com mais dicas... espero que gostem!

PLAY - Marit Larsen, "The Chase" (álbum)
Marit Larsen, a ex-loura do M2M, volta morena (depois de um curto período ruiva-Geri Halliwell) para mostrar seu segundo álbum solo, aparando todas as arestas deixadas no quase perfeito "Under The Surface" pra construir sua obra-prima. Limou as falhas possíveis, intensificou os acertos e conseguiu um resultado brilhante e marcante - o álbum de 2008. Destque para os singles "If A Song Could Get Me You" e "I've Heard Your Love Songs"; além das faixas "Ten Steps", "Steal My Heart" e da deliciosa "Addicted".
PAUSE - Brooke White, "Free" (videoclipe)
Brooke White talvez não tenha sido a competidora mais original ou autoconfiante que já tenha saído do American Idol - mas certamente, numa época de Britneys e outras falsas-boazinhas, é um sopro de ar fresco no mundo pop, ao mostra que ainda há espaço para as garotas REALMENTE boas. Esta canção "Free" saiu de seu primeiro álbum, "Songs From The Attic", que foi feito anos antes de Brooke tentar o AI, e mostra a sua trajetória pessoal de uma forma pretensamente divertida. O álbum é lindo e vale muito a pena ser ouvido. A música do videoclipe, em particular, é bem legal e logo se começa a cantar. O problema é que o videoclipe é TOSCO - ainda assim, assistível. Vale a conferida.
EJECT - Latino, "Junto E Misturado" (álbum)
Meu Deus, é incrível que esse homem ainda tenha tanto poder sobre a mídia brasileira - e principalmente, sobre as massas! Depois de nos "presentear" com a Kelly Key, agora, ele nos deixa o seu golpe de misericórdia: duetos com Bruno & Marrone, Perlla (a do "Tremendo Vacilão", não a peruana), Banda Jammil (aquela que teve mais "& Mil e Uma Noites" no nome...) e até (meu Deus!) com Kalypso!!! E a grande decepção que é ver Dudu Nobre nesse disco... Depois dessa, eu morro... Fujam enquanto podem!

Tom

sábado, 10 de janeiro de 2009

Geni e o Zepelin

"...tava na frente de casa conversando com o (...)[um amigo] aí uma puta de uma velha que mora no predio em frente ficou reclamando de la de cima e eu sem ouvir, (...)[meu amigo] ouviu e me avisou, aí eu parei de falar e escutei ela dizendo, ouw (não sei quem) chame aí o guincho pra tirar esse carro debaixo dessa arvore que isso aqui não é motel não
diz:
aí eu virei contudo e comecei a gritar feito uma doida na porta do predio: COMO É SUA VELHA SAFADA? VOCÊ ME RESPEITE VIU
aí ela começou a gritar de volta: ME RESPEITE VOCÊ
aí eu nem deixei ela falar e comecei a gritar de volta: VOCÊ TÁ PENSANDO QUE TÁ FALANDO COM QUEM SUA VAGABUNDA?
e foi feita a baixaria"


A situação relatada a mim esta semana me deu a idéia da coluna deste mês.
Primeiro, pensei nos preconceitos que carregamos conosco quando crescemos.
Depois, minha cabeça foi até "o que os olhos vêem" - o que leva diretamente ao tema "preconceito", novamente.
No fim, tanto um como outro são os frutos da sociedade em que se vive, pois são eles que incutem as "diferenças" entre os seres humanos. Há um documentário ganhador do Oscar (me foge o título à mente, agora, e estou com preguiça de procurar), em que crianças israelenses e palestinas brincam juntas, se encontram e discutem muitas questões francamente. Em qualquer momento eles se atacaram ou falaram barbaridades. Mas num reencontro anos após, é latente a mudança de opinião de alguns. Podemos observar mesmo no nosso dia-a-dia: passe em um parque próximo à sua casa - qual é a mãe que vai deixar que seu filho brinque com uma criança de rua? Ou mesmo... veja um casal encostado num poste, juntinhos. Quem nunca ouviu (ou pensou) "Arrumem um quarto!", que jogue a primeira pedra virtual. Foi duro de ler, eu sei. mas não menos verdadeiro.
Eu mesmo me confesso muito maldoso. Mas tenho consci6encia disso e procuro conviver com este defeito lembrando de uma frase simples: "cada macaco no seu galho." A vida alheia pouco ou nada me diz respeito, e a minha já é bagunçada o bastante pra que eu vá me ocupar de tentar arrumar outras.
A senhora do caso mostrado simplesmente não aceitou que duas pessoas possam conversar normalmente em um carro embaixo de uma árvore. Certamente, ela não deve sequer andar de carro, portanto. E encontrou alguém que não leva desaforo para casa, resultando em embate - num português mais claro: BARRACO.
É muito difícil conviver, hoje em dia, porque creio que se perdeu a noção da vida em comunidade de que o ser humano sempre foi dependente. Em tempos onde o individualismo virou moeda principal e corrente, parece que o ser humano esqueceu dos valores da convivência e da empatia, querendo fazer valer apenas os SEUS valores e preceitos, e isso é errado. Não se trata de retornar aos valores hipócritas de antes (que ainda são vigentes nas sociedades, infelizmente). Se trata apenas de respeitar ao mais próximo, na esperança de ser respeitado por isto.
Liannara já havia tratado deste assunto em um post anterior... creio que na segunda teporada... o segredo da amizade entre os Culture Rangers é justamente este: nós arengamos muito uns com os outros, pois temos gostos muito diferentes e atitudes diversas perantes as coisas que a vida nos mostra. Mas, no fundo, a gente não desrespeita ninguém. É pura questão de convivência e de saber enxergar a pessoa que existe por trás do ser que está fazendo algo que você superficialmente reprove. E isso vale pra qualquer relação, pra qualquer pessoa.
A Liannara continua sendo chata, chata, chata (o "cruel" foi adendo dela). Mas eu adoro a Coisa do mesmo jeito!
Minha mãe me ensinou direitinho, e a vida também tem a sua cota. E as suas mães?

Tom

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

The Morning After

Depois que vencemos o Chefe e o prendemos, os nossos transformadores nos abandonaram. Com o sumiço do Diretor na destruição do QG (se bem que ele nunca apareceu pra gente, mesmo... só queria ser o Charlie) e o robô tendo rejuntado seus pedaço em algum local do universo, ficou claro para nós que a nossa missão acabou. Não há mais Culture Rangers, não há mais missões nem ritmo louco a seguir. Podíamos todos retornar às nossas vidas normais.
TH ainda está em Maceió, com seu trabalho, mas está preparando um grande salto na sua vida.
Leo, quem diria, está tomando jeito na vida! Quem viu nosso ex-Isauro alguns anos atrás, cheio de marra e respondão, jamais o imaginaria agora... ocupado, responsável e fazendo faculdade, lá no Rio, mesmo!
Lia estuda e trabalha, como sempre, no seu Piauí natal. É com ela e TH que eu mais converso pelo msn - e nem nos aporrinhamos mais tanto como antes.
Luigi sumiu, como sempre. Inclusive bloqueou a todos nós no msn. Quem sabe o que se passa na cabeça dele...
Nanda e Cavaca estão juntinhos, juntíssimos, firmes e fortes. Só falta eles arranjarem buns empregos - já me vejo entrando na igreja de padrinho, huhuhuhuhu...
Cotó está em Maceió, também. Vez por outra, temos saído e tem sido divertido - eu mango dele ainda mais do que aparece aqui, caros leitores... mas ele também tira meu couro... eu só não deixo que apareça aqui! hauahuahuahah
Jeff... eu não sei se ele está em Curitiba ou em Sampa. O importante é que ele está começando a fazer a sua vida, também, e está finalmente feliz! Já não é aquele revoltado que conhecemos... ele finalmente deu vazão ao doce de pessoa que ele é.
Os Breguere Rangers... eles estão a esperar o julgamento da Justiça - embora, com a alegação de insanidade temporária que o advogado deles - TH - propôs... na melhor das hipóteses, eles passarão algum tempinho fazendo análise.
E quanto a mim? Bem, eu estou aqui... depois de passar o ano me dividindo entre Maceió e Recife, acabei por não ser selecionado para o mestrado da UFPE. Fiquei um tempão bastante desanimado, mas toda a ação com os Rangers me fazia esquecer um pouco. Agora, estou só com meus pensamentos, tentando decidir o que fazer da vida - provavelmente, vou procurar outro emprego.
E quanto a você, querido leitor? O que anda a fazer, agora? responde aí, OK?
Até a próxima,

Tom

domingo, 2 de novembro de 2008

Resenha Crítica - MAMMA MIA! (filme e trilha sonora)

Fonte: http://www.adorocinema.com/filmes/mamma-mia/mamma-mia.asp

Título: MAMMA MIA! - O FILME
Título Original: MAMMA MIA! - The Movie
País de Origem: EUA, Inglaterra
Produção: Judy Craymer e Gary Goetzman
Distribuição: Universal
Diretor: Phyllida Lloyd
Roteiro: Catherine Johnson
Data de estréia: 03/07/2008, na Grécia
Data de estréia no Brasil: 12/09/2008


Elenco:
MERYL STREEP (Donna Sheridan),
AMANDA SEYFRIED (Sophie Sheridan),
PIERCE BROSNAN (Sam Carmichael),
DOMINIC COOPER (Sky),
JULIE WALTERS (Rosie),
STELLAN SKARSGÅRD (Bill Anderson),
CHRISTINE BARANSKI (Tanya),
COLIN FIRTH (Harry 'HeadBanger' Bright),
ASHLEY LILEY (Ali),
RACHEL McDOWALL (Lisa),
PHILIP MICHAEL (Pepper)




Fonte: http://www.3emp3.info/2008/08/mamma-mia-soundtrack-2008.html

Álbum: MAMMA MIA! The Movie Soundtrack
Artista: Vários

Gravadora: Polydor/Universal
Data de lançamento (Mundial): 08/07/2008




Fonte: http://www.adorocinema.com/filmes/mamma-mia/mamma-mia.asp

Dominic Cooper e Amanda Seyfried: Lay All your Love On Me


Quando o ABBA surgiu, lá nas pencas de 1972, todos os integrantes eram MUITO famosos separadamente na Suécia. Agnëtha Faltskög e Anni-Frid Lingstad eram cantoras de primeira linha (e já de primeira grandeza, colecionando top 10s nas charts suecas). Björn Ulvaeuss e Benny Anderson tinham uma banda que também apresentava mesmo suceso e eram, juntos, uma espécie de Timbaland dos anos 70 para os artistas pop suecos: todo mundo queria trabalhar com eles, portanto, só dava eles em vários álbuns. Quando Agnëtha e Benny se casaram e Anni-Frid (Frida) começou a namorar Björn, todos fazerem seus trabalhos juntos tornou-se algo natural, até. Entre seus trabalhos-solo e com outros artistas, os quatro gravavam muita coisa juntos - a ponto de a gravadora Polar lançar um álbum com todo o grosso que o quarteto (ainda chamado Anni-Frid, Benny, Björn e Agnëtha) gravou junto. Com alguns hits na manga, continuaram o mesmo esquema. E veio o festival Eurovision de 1974. E veio "Waterloo". E assim, surgiu o ABBA. E da Suécia para a quase completa dominação mundial, foi um pulo. Até 1983, eles foram reis absolutos do europop, até seu final melancólico (um casamento e dois divórcios acmpanhados de filhos pra criar e pouca amizade entre si). Até hoje, suas canções são lembradas, admiradas (mesmo que como "prazer culposo"), regravadas, sampleadas e fazem sucesso em qualquer festa de casamento.

Neste meio-tempo, uma moça porra-louca teve um verão muito animado. Em três meses, foram três caras e uma ilha - Kalokairi, na Grécia - em comum (e muito "dot-dot-dot"). Com hormônio 'de mais' e cérebro 'de menos', a doida se viu grávida e sem nenhum dos três moçoilos - dos quais, aliás, ela fez questão de esconder o resultado das vias de fato. Pra criar a rebenta que nasceria, ela abandonou seu trabalho (líder de uma girlband - o que já indica que ela não tinha cérebro algum, uma vez que bandas deste tipo SEMPRE rendem algum dindim, especialmente uma que faz turnê mundial como a dela) e foi morar na ilha dos "dot-dot-dot"'s gerenciando um hotel. Anos depois, a filha demonstra ter a mesma quantidade de neurônios da mãe e resolve que quer saber quem é o pai. Xeretando onde não deve (o diário cheio de "dot-dot-dot" da mãe), descobre os potenciais garanhões e os chama todos pro seu casório, que está às vésperas de acontecer.


Agora, o leitor mais desatento pergunta "o que uma coisa tem a ver com a outra?" - o Tom responde: TUDO! A baboseira do segundo parágrafo é a sinopse de "MAMMA MIA!" (sim, o título se escreve todo em maiúsculas e com um ponto de excamação no fim, bem dramático e exagerado), um musical todo recheado de canções do ABBA (cujas canções são todas como "MAMMA MIA!": dramáticas a exageradas, mas absolutamente prazerosas por um outro lado).


Fonte: http://www.adorocinema.com/filmes/mamma-mia/mamma-mia.asp

Meryl Streep e Amanda Seyfried: Slipping Through my Fingeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeers


O filme tem defeitos GRAVES: o roteiro é fuleiro, cheio de erros espaço-temporais (como explicar, por exemplo, que a doida do primeiro parágrafo tenha saído com um hippie - coisa do fim dos anos 60 - e com um metaleiro - tribo que só surgiria nos anos 80 - num mesmo verão? E que a estória se passaria em 1999, com a rebenta tendo 20 anos de idade?) e de furos (as meninas fazem planos, mas não realizam nenhum deles e simplesmente "somem", sem qualquer função real na trama); a fotografia parece capturar o que de PIOR se pode oferecer das paisagens e dos rostos dos atores (só favoreceu Meryl Streep) - em suma, nas palavras de minha amiga Diva: "parece que a câmera tava suada o tempo todo"; a coreografia chega a dar pena; muitas músicas tiveram suas letras alteradas para poder se encaixar na "estória".. arf, arf, arf, chega cansei, agora. mas voltando a meu ponto: "MAMMA MIA!" tem vários pontos negativos, sim. Num filme comum, seria o suficiente para que eu saísse do cinema. Mas há algo nesse "hino ao girl power-trash movie" que faz a coisa funcionar. E funciona muito bem!


As atuações são todas completamente over (talvez pra compensar que nenhum dos personagens - à exceção de Sophie - possui algum aprofundamento psicológico). Meryl Streep, cansada de ser uma unanimidade entre crítica e público, resolveu testar a todos com uma Donna Sheridan que, apesar dos seus 'aparentes' quarenta anos, se comporta como se fosse uma menina de quinze todo o tempo, sem descanso, mesmo dizendo "eu cresci" a dada altura do filme. Ainda assim, sua interpretaçào á anulada pelas suas backing vocals: Christine Baranski (a Marianne do seriado "Cybill", a ex-esposa de Robin Williams em "A Gaiola das Loucas" e a mulher do prefeito em "O Grinch") está reprisando o papel que sempre lhe dão - e que ela sempre faz competentemente: o de perua rica e avessa a trabalho. Julie Walters arranca gargalhadas de todos com seu personagem desajeitado e de boca suja. Os homens maduros da produção parecem todos competir pra ver quem sairá com a honra menos manchada - com Colin Firth ganhando por um beijo gay de distância, e uma derrota horrenda do ex-007 Brosnan. O grupo jovem do filme mal existe, portanto, nem comento. Amanda Seyfried, com a única personagem com alguma carga dramática, é que tem o trabalho difícil, uma vez que todo o resto do elenco está aproveitando as férias nas ilhas gregas: É Sophie quem chora, ri, se descabela, pula que nem cabrita, dança, faz careta, procura um pai, briga com mãe e noivo e tem algum drama de verdade pra mostrar. Talento, a garota já mostrou que tem por sua performance na série "Big Love", mas aqui, ela encontrou um meio equivocado para mostrá-lo, uma vez que todo o drama da personagem é profundo como um pires - culpa do roteiro, não dela.

O trunfo de "MAMMA MIA!" reside, mesmo, nas canções. Mesmo com as alterações nas letras, são as canções que matém o interesse do público (e os pés batendo no chão, acompanhando o ritmo), e mantêm o clima do filme no espírito "hino ao girl power", que, apesar de todos os defeitos do filme, torna-o muito divertido. cabe aqui um destaque ao único "show" real do filme, que foi "Does Your Mother Know", numa performance descarada de Christine Baranski, mostrando quem é a dona do espetáculo. E é falando das canções que passo a falar do cd.

Pra cuidar bem de seu "patrimônio", Björn Ulvaeuss e Benny Anderson, os dois Bs do ABBA, decidiram tomar a frente de toda a produção musical do filme, o que, logicamente, passou pela trilha. A intenção declarada no press release era a de fazer uma trilha sonora que sobrevivesse ao filme - algo que se possa ouvir e curtir, mesmo sem ter acabado de ver o filme, o que é raro em muitos casos de trilhas sonoras. Antes mesmo do filme começar a ser rodado, todo o enlenco passou um m6es em londres ensaiando e gravando as canções, sob a supervisão ferrenha dos dois. O resultado é bem variado - vai dos achados aos "o que peste esta criatura está fazendo aqui?", passando pelos claros "milagres de estúdio".


Fonte: http://www.adorocinema.com/filmes/mamma-mia/mamma-mia.asp

Julie Walters, Meryl Streep e Christine Baranski: Dancing Queen na cama, porque fora dela...


A masioria dos envolvidos com os microfones não tinha qualquer experiência no metier. À exceção de Baranski, nenhum deles havia entrado em um estúdio antes tão intensivamente - Meryl Streep já havia feito musicais antes, mas nenhum onde ela aparecesse tanto ou precisasse cantar mais de duas canções. Mas aí se fazem as considerações sérias: por mais aulas de canto lírico que a mulher tenha feito, Meryl Streep não foi uma escolha segura. Ela faz uma interpretação OK de "The Winner Takes It All" e canta estupendamente "Slipping Through My Fingers" (que arranca lágrimas deste que vos escreve toda vez), mas é só. Nas outras canções, ela desata em interpretações exageradas e não raro se perde ou deixa o trabalho duro pro coro ou pras back-up singers. Pierce Brosnan, a outra metade do casal maduro principal do filme, é doloroso de ouvir no filme. No cd, fica claro o quanto a voz dele foi modificada, parece até um robô cantando. Christine Baranski, mais uma vez, mostra como é que um profissional faz com "Does Your Mother Know" e nas poucas vezes em que sua voz tem a chance de fazer algum solo ("Dancing Queen", "Take A Chance on Me"). Os outros são tão dispensáveis que nem comentarei. Mas a grande surpresa é, de longe, Amanda Seyfried. É no cd que se mostra porque a garota foi escolhida para o papel. As canções que cabem a Sophie parecem ser todas feitas apenas para a voz dela, e são encaradas com primor pouco visto em cantores primaveris. Fora que sua presença é constante durante todo o álbum (ela canta em metade das canções, tornando o cd quase um "Amanda Seyfried e amigos").

A produção é bem caprichada, e os arranjos são, quase todos, fiéis às canções originais do ABBA. A diferença cabe a "When All Is Said And Done". Antes, uma música dançante, mas de letra triste sobre uma separação, agora, transformada numa balada sinalizando o feliz retorno de um casal a muito tempo separado - o que implica na alteração feroz da letra de metade da música. Mas, por incrível que pareça, toda esta alteração no caso específico tornou a canção ainda melhor que a original - pra melhorar mais ainda, bastava ter colocado outro no lugar do Pierce Brosnan para cantar. .

Pecados finais: o filme não apresenta a melhor canção do cd: "The Name Of The Game", uma interpretação sensível de Amanda Seyfried. E o cd nos toma o prazer de escutar "Waterloo", na voz do elenco principal - de longe, o momento mais divertido do filme. "Chiquitita", de Baranski e Walters também foi relegada apenas ao filme, mas não chega a ser uma perda considerável, honestamente. OH! E eu não falei sobre a intenção: eles queriam um álbum coeso e que sobrevive ao filme, e eles conseguem, apesar das falhas - quem disse que precisa ser um bom cantor pra fazer boa música pop, hoje em dia?

Minhas palavras finais: VÃO ver "MAMMA MIA!": mas desliguem seus cérebros antes, para não estragar a diversão!


Fonte: http://www.adorocinema.com/filmes/mamma-mia/mamma-mia.asp

Meryl Streep e Pierce Brosnan: S.O.S., literalmente


“And now it seems my only chance is giving up the fight - and how could I ever refuse? I feel like I win when I lose...”



filme: 7/10

trilha: 8/10


Tom