(Era mais um dia tranquilo no QG.
Todos os Rangers descansavam, despreocupados, cada um em seu canto da sala. Tom estava comendo morangos em um canto, o TH escutava delirantemente um disco da Maria Bethânia, Bia e Lia conversavam estusiasticamente e o Leo... bem, o Leo tagarelava nos ouvidos do Victor, como sempre.)
-Como as coisas andam devagar por aqui...
-Caramba, estamos parados faz um tempo mesmo...
-Eu não estou tão folgado assim...
-Dá Lincença, né, Victor? Você não aparece aqui desde sabe-Deus-quando! Ficou um monte de serviço sobrando pra você, oras!
-Oras, isso são apenas detalhes!
-Pois vocês não sabem mais o que é serviço! Ainda estou lavando meu uniforme desde que virei babá do Michael Jackson naquele dia!
-Pois eu acho que o mundo está em perigo sempre! Temos que sair na rua, pegar aqueles desgraçados e... - (uma mordaça é colocada na boca de Leo) - HUMFTAHUASGFD!
-Te acalma, garoto!
(Eis que de repente, o alarme toca. O mundo está em perigo novamente! É preciso defender a população dos males que assolam a nossa cultura!
Após serem informados sobre a tal ameaça, os nossos argutos Vigilantes da Cultura saem em busca do mal que está ameaçando a população da Terra.
A cidade de Santos havia sido invadida por agentes do mal, armados de microfones, andando rapidamente em cima de seus skates. Todos eles eram comandados por um homem truculento, que se usa da música(?) para hipnotizar as pessoas e fazer com que elas fiquem em um estado em que elas acabem agindo de forma violenta e começem a fazer rimas toscas. Quem é esse vilão???)
-Tenho a impressão de que já ví isso antes...
-O que foi?
-Essa invasão... esses skates... essas rimas pobres... só pode ser... ELE!
-Fala logo! Quem?
-XORÃOZAUM!
-Oooohh!...
(XORÃOZAUM era um sujeito malévolo, que sonhava conquistar o mundo do seu apartamento na beira da praia de Santos. E para isso, bolou um plano superhipermegamasterblaster malvado: faria com que as suas rimas, sempre de mau gosto beirando o ridículo, invadissem as rádios, se tornassem um sucesso, hipnotizando a todos. E aqueles que resistissem, ele enviava os seus "manos" para cantar em público, em cima de seus skates, toda a sua obra maquiavélica. Ele já havia sido derrotado uma vez pelos Rangers, mas conseguiu escapar...)
-O que faremos agora?
-Bem, vamos para Santos!
-E quanto a esses "manos" que estão aqui na cidade?
-'Xá cumigo, galera! TH e Leo, vocês já sabem onde fica o apê do homem! Levem as meninas pra lá e façam a festa! Victor, vem comigo!
(E assim, o Esquadrão Culto rumou a Santos. Enquanto os corajosos Rangers Azul e Vermelho saíram em busca dos vilanescos "manos", associados com o mal encarnado em Xorãozaum, os outros rumaram para a orla santista, onde se localizava o quartel general do vilão.
Ao chegarem nas ruas, eles se viram cercados. Eram muitos. Os "manos" assediavam as cabeças do nossos heróis com músicas irritantes, rimas horriveis de muito mau gosto. O Ranger Vermelho confundiu as mentes de alguns deles com idéias filosóficas sobre cultura, termiando por enviá-los para o Mundo das Idéias de Platão. O Ranger Azul atacou com seu Blue Microphone. Eles conseguiram se livrar de alguns, mas logo estavam completamente cercados. Já se viam completamente perdidos, estavam quase sendo hipnotizados, quando...)
De repente, um Opala preto vira a esquina, passando por cima de vários "manos". De dentro do carro, salta uma figura misteriosa, vestida de terno negro com umas ombreiras estranhas, chapéu e óculos escuros... ele acabou com muitos dos "manos" no muque, olhou para o Ranger Azul e disse:
-Precisa de ajuda?
-Digníssimo Senhor, muito obrigado, mas n...
-Claro!
-Então tá.
-Ranger Azul! A gente não sabe nem quem é esse aí, seu doido!
-Agora é hora da porrada! Depois, a gente pergunta o que ele quer com a gente!
(E os três, juntos, acabaram com todos os paus-mandados do vilão que ameaçavam Santos.)
-Muito obrigado, mas...
(Aquela figura misteriosa estava entrando no carro, falando em um italiano de sotaque arrastado, e dirigindo seu Opala loucamente pelas ruas, indo embora sem falar mais nada.)
-Vixe! Eu é que não quero pegar carona com um sujeito desses!
-Nem me fale!
(Na orla...)
-Ah, enfim, praia! Ainda bem que eu trouxe o meu equipamento de mergulho e os meus brinquedos de areia!
-Não se anime. Estamos a trabalho. Temos serviço a fazer.
-Buuááá...
-Ah, não chore, não... eu prometo que depois, a gente volta pra cá e eu deixo você se refestelar toda na areia, certo?
-EBA!!!
-Ora, vamos acabar com ele logo! Não aguento mais esperar!
-Como é que o Ranger Azul controla isso, hein?
-Eu sou incontrolável!
-OK... Sabemos onde ele mora. É só chegar lá e acabar com ele, como da outra vez.
-Eu ainda não estava aqui da outra vez...
-Hunf... eeeh... uhn... bem, vamos indo.
(Ao chegarem no apê do grande vilão, viram que a área estava totalmente cercada por "manos". Mas passar por eles foi tarefa fácil para os nossos heróis. Foi um festival de CABONGS, ZUUMPTS, FLASHES... logo se viram livres dos capangas do malvado Xorãozaum.
Adentraram no apartamento. Estava vazio.)
-Mas o que...
(Nem tiveram tempo de reagir. Estavam capturados.
Os Rangers Azul e Vermelho chegaram em frente ao apartamento, e viram aqueles capangas todos no chão.)
-Bem, parece que não teremos mais trabalho!
(Entraram no lugar, e viram que estava vazio... onde estavam os seus parceiros? Pensaram que já tinham ido embora, mas perceberam que algo estava errado. E, ao barulho de um soco, Tom se vira e consegue pegar a corda de guitarra que o vilão usa para prender suas vítimas, antes que ela o atingisse. Eles lutavam arduamente, até que o vilão deu o bote e conseguiu prender o destemido Ranger Azul. O Ranger Vermelho estava abatido no chão.)
Todos os outros estavam presos, acorrentados. Xorãozaum entrou e disse, cantando como se fosse uma de suas músicas:
-Entraram aqui, vão se ferrar! Porque aqui, quem manda sou eu! Eu! Eu! Cantem comigo! Eu! Eu!
(Os Rangers se olharam e viram que estavam realmente em apuros.)
-Eu estava bem melhor cuidando do Michael...
(Já estavam quase todos dominados e hipnotizados, exceto os Rangers Azul e Amarelo. O Azul ainda resistia com bravura à hipnose e às rimas horrorosas de Xorãozaum, enquanto o Ranger Amarelo já estava começando a curtir. Não se sabe se ele estava sendo hipnotizado ou gostando mesmo. Tudo parecia perdido, quando se ouviu um acidente em frente ao prédio. Xorãozaum vai até a janela e vê que um Opala preto entrou no seu prédio, derrubando o portão e destruindo a portaria.)
-Quem é esse? Quem é esse? E que carro maneiro que ele tem...
-É um Opala preto?
-Opala preto? Não era o carro do assassino daquela novela?
-Como é que vocês pensam em novela numa hora dessas, com a gente preso, aqui??? Ei, Tom, de que Opala você está falando?
-Creio que não estamos tão perdidos, assim! - um sorriso misterioso tomou conta dos seus lábios - Ei, vocês saíram do transe! Que bom!
(Em questão de segundos, o tal homem vestido de preto adentrou no apartamento de Xorãozaum, que usou as suas reconhecidas táticas de hipnose. Sem resultado. Alguma coisa estranha havia naquele homem... mas ele não desistiu. Usou sua famosa cabeçada, que deixou o novo herói um tanto atordoado. Enquanto isso, os Rangers estavam mudos, acompanhando a cena, menos...)
-Vai, Xorãozaum!!! Acaba com ele! Pega! Mata! Come! - dizia, aparentemente hipnotizado.
-Bom, parece que nem todos saíram do transe...
Até que o misterioso usou a sua grande arma. Afastou-se, fechou os punhos, e com aquele sotaque italiano, gritou:
-Camelaaaaaaaaaaaaaaada!
-HEIN?COMO???
(E a "Camelada" atingiu em cheio o rosto de Xorãozaum, que caiu desacordado ao lado dos Rangers.
Depois de serem desacorrentados, os Rangers e aquele estranho homem trataram de curar os habitantes que estavam ainda sob efeito da hipnose praiana. E finalmente descobriram: Leo estava MESMO hipnotizado.)
-E você, quem é?
-Esse aí eu conheço. Ele ajudou a Victor e a mim com os capangas do Xorãozaum.
-Mas é só isso o que sabemos dele, né, Tom?
-E como é seu nome?
-Em breve, vocês saberão. Mas tenho uma pergunta: há vaga de Ranger Negro?
-Mais um Ranger?
-Ah, não! Eu não quero diminuir ainda mais meu salário e...
-Quieto, Leo! Olha, isso não depende de nós... A gente vê o que pode fazer, OK?
-Então, amici, logo, logo vocês saberão quem eu sou.
(E ele entrou em seu Opala, sumindo de vista na primeira esquina que encontrou...)
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